1 de fevereiro de 2008

O deserto não é o fim...

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo(...).” (Salmo 23.4)


Em minha vida, já passei por muitos desertos, momentos difíceis e às vezes até mesmo inexplicáveis. Porém, nada disso foi motivo para que eu questionasse ou duvidasse do amor e da presença de Deus. A palavra de Deus é clara: até mesmo quando somos fracos, Deus nos faz fortes – ou seja, Deus nunca te quer fraco, sem forças, desanimado ou se sentindo um nada. Pelo contrário, hoje você e eu somos representantes de Deus nesta terra, levamos a palavra da Verdade e, por isso, digo com firmeza: mesmo que estejamos em “desertos” da nossa vida, podemos ter a certeza de que este deserto vai passar e a vitória vai chegar.
Paulo e Silas foram presos e açoitados porque ministraram libertação na vida de uma mulher. É interessante que muitos de nós pensemos que quanto mais formos usados por Deus, mais seremos conhecidos e teremos ministérios grandes. Bem, Paulo e Silas foram presos por terem obedecido a Deus; porém, isto não foi o fim. Na prisão, eles começaram a adorar a Deus e a orar, e com isso houve um grande terremoto, fazendo com que a estrutura da prisão fosse abalada e, assim, que eles fossem soltos e com eles todos se convertessem. Ao fim de tudo, o que aconteceu foram vidas salvas.
Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto, mas não ficou por lá. Pelo que eu saiba, hoje Ele está à direita de Deus. Davi pode ter até passado pelo vale da sombra da morte, mas não ficou por lá; ele simplesmente passou e Deus estava com Ele. Paulo e Silas passaram pela prisão, porém não ficaram por lá. Pelo contrário, saíram vitoriosos e ganhando mais vidas para Deus. O deserto não é o fim. Se hoje você está passando pelo deserto, fique firme. Não firme seus olhos no deserto; ele vai passar e a presença de Deus irá sempre permanecer em sua vida. Mantenha-se firme e inabalável em Cristo: Ele sempre lhe fortalecerá!
O silêncio é como a espada na luta espiritual; a alma tagarela nunca atingirá a santidade. Essa espada do silêncio cortará tudo que queira apegar-se à alma. Somos sensíveis à fala e sendo sensíveis, logo queremos responder; não levamos em conta se é da vontade de Deus que falemos. A alma silenciosa é forte; nenhuma adversidade a prejudicará, se perseverar no silêncio. A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspirarão do Espírito Santo. Deus opera sem obstáculos na alma silenciosa.
A Bíblia nos afirma que até Jesus Cristo passou pelo deserto. Deserto lembra lugar sombrio, desolado. É lugar incrivelmente árido. Areia quente e cascalho, um e outro arbusto raquítico de algum modo preso à vida. No entanto, deserto pode ser também lugar de encontro com Deus.
O termo hebraico para deserto é "midbaar", que por sua vez é originário de "dahbaar", que significa falar. Partindo dessa constatação podemos concluir que deserto é o lugar onde Deus pode falar, onde Ele pode comunicar suas mais importantes mensagens.
No deserto, nesse lugar solitário, o ser humano é despojado de todas as coisas das quais depende para o seu conforto. O silêncio reina nessas vastidões de areia.
O deserto pode chegar em nossa vida das mais diferentes maneiras. Muitas vezes uma troca de trabalho, mudança de cidade, enfermidade, perda de um ente querido. O deserto é um lugar de dor, mas também um lugar de transformação. O deserto é o lugar onde os ídolos são quebrados. Com facilidade nos apegamos a tudo aquilo que, de alguma forma, nos dá proteção, significado e realização. São pequenos ídolos, aparentemente inofensivos, mas que atuam com enorme poder sobre a vida humana, reduzindo Deus ao que Ele não é.
A estabilidade, os bens ou mesmo a profissão transformam-se facilmente em nossos ídolos. O deserto é o lugar onde os ídolos modernos são quebrados, onde não existe nenhum outro valor que possa substituir Deus. É também no deserto que o ser humano não tem mais onde se esconder. É lá, também, que ele pode experimentar proteção, significado e realização que vem somente de Deus.
No deserto não há escudos que nos protegem, lá não existe nenhuma posição social ou eclesiástica atrás da qual podemos nos esconder. É o lugar da nossa nudez, do nosso total abandono e do encontro real e verdadeiro com Deus. Lá, a Palavra de Deus, contida na Bíblia, passa a ter valor e significado real em nossas vidas.
Quando o Senhor nos coloca num deserto, Ele sabe exatamente de que experiência nós necessitamos. Ele conhece o lugar em que as distrações da vida devem ser silenciadas para podermos experimentar verdadeira comunhão com Ele. Deus sabe qual é a melhor hora para passarmos pela escola do deserto. Deus sabe como examinar nosso currículo nessa escola do deserto, formando qualidades de caráter em nossa vida que não poderíamos obter de outra maneira. O deserto nos deixa mais humildes, mais dependentes de Deus. O deserto nos ensina a centrarmos nossa vida nas coisas importantes e centrais e não nas coisas periféricas.
Um servo de Deus como Moisés precisou passar quarenta anos no deserto para relaxar – sair da pista rápida e entrar na pista de Deus. Um homem como Elias precisou experimentar o deserto para, de novo, sentir-se acolhido por Deus. O próprio Senhor Jesus Cristo atravessou o pior deserto de todos e fez isso por mim e por você. Ele estava sozinho como nenhum outro homem esteve. Foi rejeitado. Viveu na obscuridade. Sofreu tudo o que a terra e o inferno atiraram na sua direção. Jesus enfrentou o próprio Satanás enquanto os ventos do deserto uivavam ao seu redor. Jesus passou pelo deserto. Ele sabe o que é andar no deserto.

Você está no deserto? Tem andado no deserto? Jesus jamais abandonará aquele que lhe pedir socorro no desconforto do deserto. Jesus nos ama e Ele vai conosco em toda e qualquer situação – também no deserto!

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